Como explicar o que senti quando vi que tinha mais um livro do universo de Harry Potter? A minha primeira reação foi “Preciso urgente ter esse livro em mãos e ler o mais rápido possível!”. Mas o que senti lendo finalmente essa parte da história, é que eu esperava mais, mesmo no final tendo um enredo satisfatório, não me atraiu da forma que pensei.

Harry Potter e a Criança Amaldiçoada tem como personagens principais, no centro dela, Alvo e Escórpio (filhos de Harry e Draco), tratando de uma ironia do destino eles se tornam melhores amigos em Hogwarts contradizendo todo o passado entre os seus pais. Além deles, os personagens originais da história aparecem ocasionalmente, principalmente quando o assunto é  salvar o dia.

“É essa a questão, não é? Nas amizades. Você não sabe do que ele precisa. Só sabe que precisa.”

Teve algo que me desagradou bastante no livro, eles transformaram Harry Potter em algum tipo de vilão, colocando-o em um pedestal inatingível por ter salvado o mundo de Voldemort. Alvo não aceita que o seu pai seja tudo isso que todo mundo fala, que ele é o preferido e essas coisas o que acaba prejudicando bastante o contato deles. Também não consigo acreditar que ele não saberia lidar com o seu filho Alvo, a relação entre eles é problemática desde o início e não consigo aceitar isso, parecia um Harry com uma personalidade completamente diferente da que vimos nos outros livros.

A história gira em torno, novamente da volta de Voldemort, mesmo sabendo que não era possível algo desse tipo acontecer Harry voltou a sonhar com o bruxo que não deve ser nomeado e sua cicatriz volta a doer. Os presságios não são bons e tudo começa a se concretizar quando Alvo decide que precisa voltar no tempo e salva Cedrico, pois acredita que foi culpa do seu pai a morte do bruxo na época, então ele e Escórpio saem em busca do último vira-tempo existente.

Com o objeto em mãos os dois amigos começam uma aventura, brincando de voltar no tempo e alterar os principais acontecimentos da história, inclusive mudar o destino de pessoas bastante próximas deles como Rony e Hermione. Escórpio então percebe que o que estão fazendo é errado e acaba mudando a história levando para rumos que não tão desejados, chegando em uma época somente de trevas e escuridão.

Quando tudo parece perdido, sem solução, aí que o trio principal volta a ação para salvar novamente o mundo, mas dessa vez com a adição surpresa de Draco Malfoy para a equipe, afinal era o seu filho que estava metido naquela confusão. No fim, eu gostei do rumo que deram para a história, alianças improváveis em busca do bem maior, e o entendimento de que a amizade é algo importante para vencer uma luta contra o mal e que o amor deve sempre prevalecer. E então, conseguimos ver a relação de Harry com o seu filho melhorar.

Sempre foi difícil ser Harry Potter e não é mais fácil agora que ele é um sobrecarregado funcionário do Ministério da Magia, marido e pai de três crianças em idade escolar. Enquanto Harry lida com um passado que se recusa a ficar para trás, seu filho mais novo, Alvo, deve lutar com o peso de um legado de família que ele nunca quis. À medida que passado e presente se fundem de forma ameaçadora, ambos, pai e filho, aprendem uma incômoda verdade: às vezes as trevas vêm de lugares inesperados.