Julia Quinn nos presenteia mais uma vez com uma personagem forte e a frente do seu tempo. Eu tinha me esquecido como era bom entrar no mundo da família Bridgerton, eles dão uma dinâmica boa para nós leitores. Nesse livro é contada a história de Hyacinth, a mais nova dos irmãos e que não consegue desencalhar de forma alguma (dá para se identificar, né? kkk), a questão é que a moça é mais inteligente que muito homem da sociedade e acaba metendo muito medo neles por não conseguir ficar calada, falando tudo o que pensa sem levar desaforo para casa.

“- Diga o que estiver no seu coração – respondeu Violet. Os lábios se torceram com ironia e ela acrescentou:- Se isso não funcionar, sugiro que leve um livro e que o golpeie na cabeça.”

Do outro lado temos Gareth, neto da temida Lady Danbury e com problemas de relacionamento com o pai. Nunca entendeu bem porque seu pai o odiava tanto até receber a bomba que não era de fato filho dele. A vida dos dois são completamente opostas, ela vem de uma família amorosa, que seriam capazes de matar e morrer por um deles, já ele, só pode contar com o carinho e amor da avó.

A relação entre eles é bastante engraçada uma vez que Gareth aceita o desafio de conseguir que Hyacinth fique sem fala, uma vez que ela sempre tem a resposta para tudo na ponta da língua, o que vai ocasionar interações bem divertidas entre os dois. O único problema é que Gareth é assombrado pelo fantasma da aceitação do pai e sempre acaba o desafiando como se ainda fosse uma criança. E essa forma de agir acaba afetando seu relacionando com a jovem Bridgerton.

Se tem uma coisa que me deixa irritada nas histórias é quando vejo um personagem acreditar que seguir pelo caminho da mentira ao invés de expor os problemas e tentar resolver, entendo que para o enredo é bom e que muitas vezes é necessário para dar o toque perfeito para a história, mas muitas vezes já deixei de ler um livro por causa disso, se a escritora não sabe desenrolar bem essa parte ficar cansativo e maçante. O que não é o caso da Julia Quinn nesse livro em questão, ela conduziu muito bem essa parte, ainda mais com uma personagem tão forte quanto Hyacinth.

“E Gareth St. Clair não era o tipo de homem com o qual se deveria gracejar. Estava ciente de que brincava com fogo, mas de alguma forma não conseguia parar. Sentia como se cada frase que deixava os lábios dele fosse um desafio e ela precisasse fazer uso de toda a inteligência só para manter o mesmo ritmo. Se aquilo era uma competição, queria ganhar. E esse seria o seu erro fatal.”

Entendo muito bem a reação dela ao descobrir, o tempo que ela se dá e então corre atrás de novo impondo o seu jeito e se livrando de todas as convenções. Além de toda a parte romântica do livro, tem uma pitada de aventura quando Gareth descobre que sua outra avó deixou um diário, sendo o problema que era escrito todo em italiano, mas para a sua surpresa a sua noiva sabia um pouco da língua e se propôs a traduzir, então começa a busca dos dois pelas jóias que foram escondidas anos atrás.

O único problema desse livro é que por ser um dos últimos funciona como um lembrete de que a história está chegando ao final e eu ainda não estão pronta para me despedir dessa familia louca e tão querida!

Toda a alta sociedade concorda que não existe ninguém parecido com Hyacinth Bridgerton. Cruelmente inteligente e inesperadamente franca, ela já está em sua quarta temporada na vida social da elite, mas não consegue se impressionar com nenhum pretendente. Num recital, Hyacinth conhece o belo e atraente Gareth St. Clair, neto de sua amiga Lady Danbury. Para sua surpresa, apesar da fama de libertino, ele é capaz de manter uma conversa adequada com ela e, às vezes, até deixá-la sem fala e com um frio na barriga. Porém Hyacinth resiste à sedução do famoso conquistador. Para ela, cada palavra pronunciada por Gareth é um desafio que deve ser respondido à altura. Por isso, quando ele aparece na casa de Lady Danbury com um misterioso diário da avó italiana, ela resolve traduzir o texto, que pode conter segredos decisivos para o futuro dele. Nessa tarefa, primeiro os dois se veem debatendo traduções, depois trocando confidências, até, por fim, quebrarem as regras sociais. E, ao passar o tempo juntos, eles vão descobrir que as respostas que buscam se encontram um no outro... e que não há nada de tão simples e de tão complicado quanto um beijo.