No começo de 2017, a Netflix lançou One Day At A Time, uma série de comédia, baseada em uma de mesmo nome da década de 70. Ela chegou sem fazer alarde, eu mesma que vivo fuçando a Netflix atrás de coisas para assistir no fim de semana, nunca nem vi uma divulgação do streaming sobre One Day At A Time.
O único nome que se destacava mais entre o elenco era o de Rita Moreno, primeira mulher e artista porto-riquenha consagrada com umEmmy, um Grammy, um Oscar e um Tony.
A premissa da série é simples, Penelope (Justina Machado), é mãe solteira, enfermeira e veterana de guerra de descendência cubana que divide seu tempo entre seu trabalho e a criação de seus dois filhos Elena (Isabella Gomez) e Alex (Marcel Ruiz).
Divide seu apartamento com sua mãe Lydia (Rita Moreno), que a ajuda na criação dos filhos e convive com a presença constante do síndico burguês safado Schneider (Todd Grinnell).
One Day At A Time é aquele tipo de série que você olha a premissa e pensa “hum, uma série de comédia familiar, nada de novo sob o sol”, mas quando você aperta play suas opiniões sobre a série são viradas de cabeça para baixo. Enquanto você ri é impossível não perceber e não entender os temas complicados tratados na série.
Penelope, por exemplo, sofre de depressão e estresse pós-traumático causados pela guerra, além das dificuldades de adaptação à vida no período pós-guerra e com origens cubanas é sempre retratado a fuga dos imigrantes cubanos do regime de Fidel.
Os episódios são recheados de assuntos tratando de feminismo, questões LGTBQ+, religião, racismo, xenofobia, relações familiares, entre outros. E a forma que esses temas são tratados é maravilhosa, não são jogados nos episódios e perdidos como se estivessem ali simplesmente por estar. Todos temas são tratados com cuidado e são muito bem colocados na série, ninguém nem nada ficam fora de lugar.
Além do elenco fazer um excelente trabalho também, Justina Machado faz uma Penelope cheia de camadas e inseguranças. Rita Moreno está magnifica em seu papel de Abuelita. Isabella Gomez faz um ótimo trabalho nos seus arcos. Em um único episódio você vai rir de alguma coisa que a Abuelita disse e chorar com os problemas da Penelope, mas no fim vai ficar feliz de como essa série só faz bem.