Que aconchego para o nosso coração ler um romance de época, os nossos protagonistas são Hugo e Gwen, um casal um tanto peculiar para nós leitores. Gwen ficou viúva há sete anos e desde então não procura se casar de novo, aliás as circunstâncias da sua viuvez parecem bem inexplicadas e cercada por mistério que no começo ela não faz muita questão de contar, pois parece ser um fardo bem grande que ela carrega.

Hugo, pertenceu ao exército e ganhou o seu título depois da “missão suicida” a qual comandou antes de encerrar sua carreira de militar e por qual ficou conhecido na sociedade, por Herói de Badajoz. Ele é um homem que não tem o mínimo de tato e sutileza para conversas e não tem travas na língua ao conversar, sempre falando o que pensa.

“O medo deve ser desafiado, foi o que descobri. Ele fica poderoso quando permitimos que nos domine.”

A maior questão da história gira em torno da classe social dos protagonistas, pois apesar de Hugo ter um título ele não pertence a aristocracia, não faz parte da classe rica e dos eventos sociais de Londres e na verdade, não quer fazer parte apesar de ter responsabilidades, até mesmo com a sua meia-irmã que precisa ser apresentada à sociedade para poder começar a sua busca por um marido. Gwen faz parte da alta sociedade e isso passa a ser um problema, principalmente para Hugo, que colocou na cabeça que a moça não se adaptaria ao seu estilo de vida simples.

Podemos ver várias partes engraçadas no transcorrer da história, mesmo porque a falta de tato de Hugo ao falar as coisas é bem cômica, e Gwen passa a não se importar mais e até a gostar desse jeito dele de ser verdadeiro e falar o que pensa. O romance entre os dois começa a se desenvolver de forma lenta e real, não foi aquela coisa de um beijo e estavam perdidamente apaixonados um pelo outro, o que deixa tudo mais interessante. Afinal, a mocinha não entregou o seu coração de primeira e nesse caminho aprenderam muitas lições juntos.

Os protagonistas são personagens profundos, com problemas e também com uma certa inocência se posso dizer dessa forma, é muito importante ver que um completa o outro e traz a tão esperada paz interna que o outro tanto precisa. A escrita apesar de ser um pouco detalhada, e algumas coisas serem detalhadas e relembradas da mesma forma algumas vezes, é bem fluída e a forma de escrita da autora é simples e de fácil compreensão, fazendo com que seja leve e rápido durante todo o tempo.

“- Que diabo tenho a fazer? Não sei nada sobre fazer a corte. Ela sorriu, divertindo-se pela primeira vez em muito tempo. – Tem mais de 30 anos. Já era hora de ter aprendido.”

Após ter tido sua cota de sofrimentos na vida, a jovem viúva Gwendoline, lady Muir, estava mais que satisfeita com sua rotina tranquila, e sempre resistiu a se casar novamente. Agora, porém, passou a se sentir solitária e inquieta, e considera a ideia de arranjar um marido calmo, refinado e que não espere muito dela. Ao conhecer Hugo Emes, o lorde Trentham, logo vê que ele não é nada disso. Grosseirão e carrancudo, Hugo é um cavalheiro apenas no nome: ganhou seu título em reconhecimento a feitos na guerra. Após a morte do pai, um rico negociante, ele se vê responsável pelo bem-estar da madrasta e da meia-irmã, e decide arranjar uma esposa para tornar essa nova fase menos penosa.