Esse livro inteiro é surreal, para começar nós temos a protagonista Lara Lington já criando uma lista de mentiras que contou para os seus pais, – aliás é uma característica recorrente nas personagens da Sophie Kinsella, – sobre como a sua vida está tudo correndo muito bem quando na verdade está desmoronando. Faz seis semanas que terminou com seu namorado Josh e não consegue esquecê-lo, sua sócia na empresa simplesmente foi viajar e decidiu que não vai voltar deixando a empresa nas mãos dela.

Mas, a parte central do livro começa enquanto Lara estava no funeral da sua tia-avó Sadie, a qual nunca teve contato, ela acaba sendo a única que consegue ver o fantasma da própria e agora Sadie não a deixa mais em paz querendo que o funeral seja interrompido para encontrar um colar que pertencia à fantasma e era seu preferido desde os vinte anos de idade. Com isso a nossa protagonista acaba mentindo para a polícia e se passando como louca por várias vezes ser pega falando sozinha.

A parte que era para ser engraçada só me fez sentir vergonha alheia pela personagem, muitas vezes só para não ouvir os berros do fantasma da tia ela acaba aceitando fazer coisas que a fazem passar vergonha sobre o pretexto que não aguentaria ficar ouvido a gritaria no seu ouvindo, como por exemplo ir vestida com roupas, cabelo e maquiagem da década de vinte em um encontro, porque Sadie queria ter uma última experiência desse tipo.

Enquanto está desenrolando toda a situação da busca pelo colar misterioso que sumiu, Lara está passando pelos seus próprios problemas também, ela não tem um pingo de amor próprio, não consegue superar o término de relacionamento e de todo modo quer descobrir o que aconteceu, achando que pode ser um problema dela, ao invés de seguir em frente. Ao descobrir os motivos que ele terminou começa a se moldar nessa nova pessoa para agradá-lo. Ela até acredita que ele ainda a ama e que o fato de a Sadie ficar gritando no ouvido dele para pedir ela em namoro de novo não tem nada a ver, e sim que ele ainda nutre sentimentos por ela.

Referente aos meus sentimentos com a fantasma durante o livro foi de pura irritação, ô pessoinha irritante e mimada que quer tudo na hora e não espera o momento. Toda vez eu sentia vontade de gritar com ela para deixar a menina em paz, isso que é se envolver, não? Ela não deixa Lara viver sua vida tranquilamente, mas as coisas vão mudando e para mim, ela chega a desenvolver sentimentos maternais com a sobrinha e fica um relacionamento bem sentimental entre as duas, como se todo o tempo perdido entre elas estivesse sendo compensado agora.

Como o normal das histórias da Sophie Kinsella, nas ultimas cem páginas das histórias começa uma corrida frenética dos acontecimentos e resoluções e epifanias da protagonista para mudar de vida e alcançar tudo o que deveria desde o início da história, e é isso que faz você não querer desgrudar do livro, porque quando as coisas definitivamente começam a acontecer é tudo muito frenético, uma coisa atrás da outra e a curiosidade só vai aumentando. Essa fórmula que a escritora usa é muito bem pensada, principalmente quando o livro é um pouco longo e as coisas precisam ser bem explicadas.

Lara Lington sempre teve uma imaginação fértil. Agora ela começa a se perguntar se está ficando maluca de vez. Meninas normais de vinte poucos anos não veem fantasmas, né? Pelo menos era o que ela pensava até o espírito da tia-avó Sadie, que foi uma jovem dançarina de Charleston com ideias avançadas sobre moda e amor, aparecer misteriosamente com um último pedido: Lara precisa localizar um colar que foi dela por mais de 75 anos. Só assim tia Sadie poderá descansar em paz. Além de encontrar a joia, Lara tem que lidar com probleminhas do dia a dia: a sócia foi curtir um romance em Goa, sua empresa está afundando e ela acabou de ser abandonada pelo homem “perfeito”. Nesta divertida história, Lara e Sadie são duas meninas de vinte bem diferentes que vão aprender a importância dos laços familiares e da amizade.