Primeiro de tudo eu preciso falar da edição desse livro, é simplesmente maravilhosa, a Nova Conceito arrasou, a diagramação é bem confortável com um bom espaçamento e pasmem, as letras são em azul, mas não dificulta nem um pouco a leitura, pois não é nada amontoado. Em cada troca de capítulo existe uma página antes com escritas a mão, que são bilhetes deixados pela protagonista em vários locais que passa, sendo em papel de bala à partitura de música e são sempre coloridas. O livro tem todo um cuidado para ser bonito e combina com a história.

A história em si é bastante triste e podemos ver isso através da Lennie, a protagonista, ela acabou de perder a irmã subitamente e ainda não superou, afinal, como pode se faz apenas um mês que tudo aconteceu? Ela não entende como a vida de todo mundo voltou ao normal em tão pouco tempo, ela não consegue se desfazer das coisas da irmã e já não é mais a mesma garota de antes, ela tem o sentimento que ninguém a entende e com isso acaba se afastando um pouco de todos ao seu redor, inclusive da sua melhor amiga.

Mas tem um garoto novo na escola, e ele conhece a nova Lennie, a garota depois da perda da irmã, então não tem parâmetros para comparar com a antiga e parece que ele gosta do que vê mesmo assim. Em contrapartida, existe Toby, namorado da irmã que também está passando pelo mesmo que ela, e eles criam uma conexão, que pode acabar ficando um pouco constrangedora, na verdade parece que ela está tentando suprir a falta da irmã com Toby e ele está fazendo a mesma coisa, não que de fato exista algum sentimento.

Junto com essa fase de luto, Lennie está passando por aquela fase adolescente, onde está se descobrindo sexualmente, então começamos acompanhar a sua negação em virtude do luto e suas descobertas, que ao mesmo tempo quer se negar e viver. Dividida entre os dois garotos, ela se vê obrigada a escolher o que é melhor para ela, enquanto Toby se conecta à ela através do luto pela Bailey, trazendo sempre mais tristeza do que ela parece poder suportar, sem deixar com que siga em frente, Joe é o sopro de felicidade que traz alegria e momentos de felicidade no meio da tristeza, é o que está a salvando da solidão. Na minha cabeça está muito claro com quem ela deve ficar não é mesmo?

A pura verdade é que Lennie está perdida desde que sua irmã morreu e por mais que sua avó tente ajuda-la, ainda é muito cedo para ela descobrir o que quer de fato, então ela precisa passar por todas as fases do luto e do aprendizado para entender as coisas que está fazendo errado e trilhar o caminho certo.

“ – Essa é uma concepção errada, Lennie, o céu está em todo lugar, começa aqui, aos nossos pés.”

Apesar de não condenar nenhuma atitude de Lennie durante a sua trajetória, claro que algumas coisas eu mudaria, mas ela precisou passar por tudo para entender a sua nova vida. Passando por um momento difícil ela perdeu todo o seu chão e precisa reaprender a viver sem poder contar com a irmã. O livro é um ensinamento do início ao fim e passa uma mensagem muito importante, precisamos aprender a lidar com um assunto muito difícil que é a morte, e mostra todos os passos desde a raiva, tristeza e aceitação. Fui surpreendida em todos os aspectos pois comecei totalmente despretensiosa com a leitura, achando que não ia gostar e no final eu adorei, ele tem tudo para ser uma história triste, mas a escritora consegue trazer uma leveza com a sua escrita como se fosse sempre um toque de esperança.

Lennie Walker, de dezessete anos de idade, gasta seu tempo de forma segura e feliz às sombras de sua irmã mais velha, Bailey. Mas quando Bailey morre abruptamente, Lennie é catapultada para o centro do palco de sua própria vida - e, apesar de sua inexistente história com os meninos, inesperadamente se encontra lutando para equilibrar dois. Toby era o namorado de Bailey, cujos sentimentos de tristeza Lennie também sente. Joe é o garoto novo da cidade, com um sorriso quase mágico. Um garoto a tira da tristeza, o outro se consola com ela. Mas os dois não podem colidir sem que o mundo de Lennie exploda.