Crash é um daqueles livros que você termina de ler pela força da raiva. E vai ler as continuações também movida pela raiva só para saber como encerra a história. Pela primeira vez eu estava torcendo para o casal não terminar junto, porque eu não sabia qual era o mais problemático da relação. Ela por se dizer uma feminista, que não aceita pouca coisa do garoto, que não quer ser comandada por nada além da sua razão, mas quando está perto dele não consegue dizer não. Ou ele, que desde o início vemos que é cheio de problemas, um garoto violento tanto fisicamente quanto emocionalmente, que pede para ela ficar longe, mas ele não se afasta.

Falei tudo isso e nem comecei direito a resenha, pois é. Gostei que os nomes dos protagonistas foram em homenagem aos Beatles, e é explicado isso logo que eles se conhecem, gosto quando os livros fazem referências, sobre outros assuntos. Conforme eu ia lendo fiquei com a sensação de que algo enorme ia acontecer, que tudo escrito até aquele momento era uma preparação para a virada que o livro ia dar explicando o porquê das coisas serem como elas são, e que se isso não acontecesse eu ia ficar muito decepcionada.

“E lá estava eu, sentada ao lado de um homem que era a definição de “desastre” e que, se eu deixasse entrar na minha vida, me transformaria em um desastre emocional.”

O tempo inteiro é um contraste da Luce ser a favor e querer ser essa mulher forte, independente, que luta pela sua liberdade e suas escolhas, e dela maquiando as coisas que o Jude conta a favor dele, como se ela achasse justificativas para se tornar aceitável as coisas que ele faz para poder ficar com ele e ser correto. Sem contar que ela decide ser aquela mulher de opinião em momentos péssimos, do tipo de quando você vê três homens desconhecidos vindo na sua direção e o rapaz pede para entrar na sua casa e ficar protegida, tudo bem você aceitar, é para o seu bem. Mas não, ela resolve enfrentar e acaba trazendo mais problemas para ela e Jude.

Luce mora com os pais, mas é como se vivesse sozinha, o seu pai parece viver em outro mundo e a mãe quando não está trabalhando está em outra órbita também. Ela dança desde criança e usa isso como uma fuga para os seus problemas, sabemos que aconteceu uma tragédia na família, porque o irmão dela não está mais presente, mas demoramos para saber o que causou tudo isso. Jude mora em um abrigo e já se envolveu em várias prisões, todo mundo tem medo dele e parece mandar na escola.

“- Sempre me surpreendo com a maneira como alguma coisa acaba nos encontrando quando temos certeza de que a perdemos para sempre.”

E o pior de tudo é que ela vê todos os sinais sobre o Jude, principalmente quando ele pede para que ela prometa algo logo depois dele a convencer a aceitar o contrário. Várias vezes ele fala de maneira autoritária com ela, e parece que a escritora tenta florear um pouco para não ficar “feio”. Jude manda o tempo inteiro Lucy ficar longe de Sawyer, mais para frente a gente vai entender o porquê e ver que ele tinha razão o tempo todo, mas ao invés de explicar desde o começo o motivo do porque está pedindo isso ele não fala e teimosa do jeito que é, só faz com que se aproxime ainda mais do garoto.

Ainda bem que acontece a reviravolta e tudo acaba se explicando, sei que essa é a ideia de prender o leitor até o final e fazer a surpresa. Porém muitos detalhes teriam sidos resolvidos no começo se algumas coisas fossem contadas e não estragaria o resultado. A escritora soube fechar todos os pontos da história, explicar o relacionamento da Luce com os pais e o que os levou a isso, no final teve um momento entre pai e filha que quase me emocionou de tão bonito que foi. Mas não apaga algumas decisões erradas que acho que foi tomada no decorrer do livro.

Também entendi que o livro por si só teve um bom final que não necessitaria de uma ou duas continuações como é o caso, e agora podendo encerrar por aqui sem o medo de me decepcionar estou bem decidida a fazer a leitura dos próximos para ver o que a escritora irá fazer com a história deles. A minha nota para essa leitura de início seria 3 estrelas, mas com o desfecho e a forma que foi feita, vou dar 4 estrelas para começar bem otimista a leituras dos próximos.

Para a adolescente Lucy, nada é mais importante que o balé. A dança a transporta para um mundo onde a dor, as lembranças ruins e a violência não existem. Um mundo só dela. Um dia, porém, aquela garota certinha é obrigada a mudar de escola. E é nesse novo ambiente, repleto de descobertas e Inseguranças, que conhece um garoto que só usa cinza e vive com uma toca de lã na cabeça. Jude, o maior bad boy da escola, é lindo e seria o sonho de toda garota, e talvez até o genro que todo pai pediu a Deus... se não tivesse sido preso várias vezes e não morasse num abrigo para garotos desajustados. Lucy não liga para a opinião dos outros: o mais importante é o que Jude sente por ela. E o rapaz parece disposto a abrir seu coração, ainda que um segredo que assombra o passado e o presente dos dois esteja prestes a estraçalhar essa paixão.