Acho que acertei bastante em começar a ler o gênero (vamos desconsiderar It, porque foi um surto) por esse livro. O Homem de Giz tem tudo na medida certa que o transforma em um ótimo suspense, deixa os questionamentos no momento certo e joga informações aos poucos para te deixar curiosa e ir criando teorias. Foi curioso que em um momento do meu dia que eu não estava lendo, do nada veio uma teoria na minha cabeça e eu nem estava pensando no livro naquele momento, esse é o poder que a escritora tem sobre os seus leitores.

Irei mencionar novamente aqui It, pois consegui notar muitas semelhanças entre os dois livros, não sei dizer se foi coincidência ou se a escritora quis pegar esse apelo para a sua obra. Notei isso mais no começo do livro depois as coisas foram se distanciando bem e parei de pensar dessa forma. Aqui nós temos um grupo de cinco amigos, sendo quatro meninos e uma menina, todos com apelidos, por que afinal, qual criança naquela época não tinha apelido?

O livro é narrado pelo Eddie e viaja entre o passado, no ano de 1986 onde de fato começou a acontecer os problemas e o presente que é 2016. Nós vemos toda a narrativa pelos olhos dele e é bem interessante, porque ao mesmo tempo que parece que ele é o mais de fora das situações ele sempre está bem no meio de todas elas. A construção dos cenários, dos personagens e de todo o enredo do livro foi muito bem feito, a escritora desde o início nos deu um suspeito principal, mas claro por parecer muito óbvio eu ficava com um pé atrás, mas às vezes a resposta está no óbvio mesmo e não sabemos.

Ao longo da história, percebemos algumas situações que acontece com Eddie que parecem muito reais enquanto são apenas sonhos e sua insônia natural. Ela vai jogando possíveis suspeitos durante toda a história e aos poucos vai amarrando as pontas soltas que foi ficando para chegarmos à solução dos crimes. Mas o final, você parando para pensar depois de terminar a leitura, era enfim meio óbvia, mas que durante não chegou a pensar em nenhum momento nessa hipótese.

Acredito que tenham ficado algumas pontas soltas, ou foi eu quem não conseguiu identificá-las, muita coisa é explicada no final do livro, porém uma me deixou questionando, referente aos desenhos de giz, que é o motivo do título da obra. Aparentemente eu fiquei na dúvida em uma das situações que eles foram utilizados, mesmo o caso sendo solucionado, essa dúvida ficou na minha cabeça.

Algumas coisas me incomodaram nesse livro, como a linguagem usada e algumas cenas que se utilizam de sexo para causar, acho isso um pouco desnecessário, pois não precisa dessas coisas para fazer um livro bem escrito. Mas não sei se é sempre uma escolha do escritor utilizar desses artifícios ou se é algo normal nesse gênero de livro. Gostei muito, tanto da história como da escrita da C. J. Tudor e claro, pretendo comprar os outros títulos dela para continuar nesse mundo do suspense que gostei bastante.

Em 1986, Eddie e os amigos passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Os desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. Mas um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. Depois disso, nada mais é como antes. Em 2016, Eddie se esforça para superar o passado, até que um dia ele e os amigos de infância recebem um mesmo aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. Quando um dos amigos aparece morto, Eddie tem certeza de que precisa descobrir o que de fato aconteceu trinta anos atrás. Alternando habilidosamente entre presente e passado, O Homem de Giz traz o melhor do suspense: personagens maravilhosamente construídos, mistérios de prender o fôlego e reviravoltas que vão impressionar até os leitores mais escaldados.