Quando a gente pega um livro de investigação policial com serial killer tudo o que esperamos é que aquela história nos prenda do início ao fim e que assim que as coisas começam a serem desvendadas a gente chegue até a prender a respiração só pela expectativa do que vai acontecer. Mesmo sendo gênero diferentes, foi assim que me senti lendo It e Homem de Giz, o suspense é a chave do sucesso da leitura, é o que te prende à história e que te dá ânimo para seguir a leitura.

Com Boneco de Neve, eu não me senti assim quando o enredo tinha tudo para ser maravilhoso e seguir por esse caminho. A forma como foi criada e a ideia foi muito bom, a genialidade de escrever e jogar suspeitos a todo o momento conduzindo o leitor ao erro toda a vez é o que dá o toque final surpreendendo. O desenrolar do caso também é muito bem desenhado e segue uma crescente, porém o meu descontentamento com o livro surge no fato de que, a forma que a narrativa foi usada quebra essa sensação de suspense ao ler, o ritmo é quebrado quase todas as vezes que está para acontecer algo grandioso, e tudo bem que acredito que isso foi feito para gerar mais expectativas, mas não funcionou muito bem para mim.

Até mais ou menos a metade do livro eu fiquei muito confusa, pois eram jogados muitos fatos, de personagens que seriam ou não importantes para histórias e já dou uma dica, preste atenção em todos eles, pois da metade para o final eles são retomados e me vi tendo que voltar várias páginas para me lembrar quem eram pois já havia esquecido.

Algumas partes são muito detalhadas, e foram aquelas que não achei necessidade alguma de conhecer os detalhes e as que eu gostaria de entender um pouco melhor como aconteceu passou muito rápido sem maiores informações, deixando para a nossa imaginação pensar em como aconteceu. Como resultado, eu gostei muito da situação criada, da motivação do assassino, tudo muito bem justificado. O ponto muito negativo que me fez tirar 2,5 da nota foi exatamente a falta de emoção ao ler uma história que tinha todos os elementos para criar essa sensação de expectativa, o que me deixou em uma leitura arrastada e desejando acabar logo.

A primeira neve do ano cai sobre Oslo num dia frio de novembro. Birte Becker chega do trabalho e elogia o boneco de neve que o marido e o filho fizeram no jardim. Os dois ficam surpresos – eles não tinham feito boneco nenhum. Ao olhar pela janela, o menino nota que a figura branca está virada para a casa, com os olhos negros voltados para a janela. Para eles. Quando o inspetor Harry Hole recebe uma carta do autointitulado Boneco de Neve, não desconfia do tenebroso significado dessa alcunha. Somente após descobrir alarmantes traços em comum entre vários desaparecimentos na Noruega, o policial percebe que está envolvido numa trama muito maior, capaz de testar os limites de sua sanidade.