Aprendi que não podemos ir com muita expectativa sobre um livro, desde o começo quando me interessei por essa história só ouvi coisas boas e do quanto a história é surpreendente e maravilhosa. Eu gostei do livro o suficiente para querer ler a continuação, mas senti que faltou algo que me prendesse, que me tirasse o fôlego e que me desse aquela sensação de não querer largar o livro por nenhum momento.

Nós vamos acompanhar a vida de Lada e Radu, dois irmãos, que não poderiam ser mais diferentes. Lada é uma garota destemida, que aprendeu desde criança se virar sozinha e ser independente, luta melhor do que qualquer menino, cavalga muito bem e parece uma garota descontrolada no início. Na minha opinião, eu achei várias das atitudes dela egoísta, em relação ao amigo Bogdan e ao irmão, mas como ela não tem nada quer garantir o pouco que tem. Já Radu parece uma flor delicada, ele é muito sensível à tudo, chora com facilidade e é praticamente invisível aos olhos de todo mundo e só quer ser amado e apreciado por alguém e busca isso desesperadamente.

O pai deles, Vlad, príncipe de Valáquia, não está nem aí para os filhos desde o início, o menino por ser fraco e representar uma vergonha para ele, e a menina, mesmo tendo todas as qualidades que ele desejaria em um filho, por ser menina não tem o mesmo valor, porém ela tem ainda um pingo muito pequeno de apreciação do pai por ser forte e destemida.

Eu achei o começo da história um pouco parada, estamos conhecendo a história dos irmãos desde que nasceram e pelo que foram passando ao longo dos anos, até o pai perder o trono e serem mandados embora do país. Conhecemos um pouco do cenário político da época e das civilizações, até na parte religiosa. O tempo todo Lada está pensando em formas de vencer a batalha para se manter a salvo junto com o irmão, ela é aquela pessoa que parece não ter sentimentos, apesar de estar cheia deles. Ela só quer salvar a sua pele nas situações difíceis e é fiel a sua terra natal Valáquia, enquanto ela faz de tudo para voltar ao local que se sente em casa, Radu foi se acostumando e pertencendo cada vez mais à cidade que mora, o que por sua vez irrita demais a irmã.

É tocado muito no assunto de como uma mulher pode usar o que tem a seu favor para ter poder sobre algo, ou do que ela está disposta a abrir mão para conseguir o que quer. Nós vemos uma luta pelo poder, todos querendo chegar ao posto mais alto e agindo pelas costas, nesse meio do caminho vemos o trio de amigos formado por Lada, Radu e Mehmed lutando para sobreviver, em meio à tudo isso alguns sentimentos surgirão e além dos problemas já conhecidos terão que aprender a lidar com o que sentem um pelo outro, já que nunca tiveram alguém para se espelharem.

A simplicidade com que a autora vai fazendo eles descobrirem aos poucos o que sentem, muitas vezes eu me peguei confusa com a real idade deles em determinada época, porque as vezes pareciam inocentes demais e as outras muito maduros para a idade. Foi criado um triângulo amoroso surpreendente que eu não esperava, o tempo todo imaginava que seria envolvendo outras pessoas, mas gostei bastante do caminho seguido.

O livro traz muita coisa a se pensar, e a forma como a autora monta uma história completa em um período histórico pouco falado, mas revelando muitos detalhes é genial, porém senti como se ela trouxesse uma escrita contemporânea para um período histórico muito antigo, o que nos deixou mais próximo dos personagens e mais fácil de mergulhar na história.

Agora, como me agradou o suficiente para querer ler a continuação, só me resta torcer para que os próximos volumes da trilogia sejam melhores.

Título: Filha das Trevas
Autor(a): Kiersten White
Série: Saga da Conquistadora #1
Publicação: Plataforma21
Ano de Publicação: 2017
Gêneros: Fantasia
Pages: 472
Formato: Capa Comum
Compre: Amazon
Mais Informações: Goodreads
Avaliação:

Lada Dragwlya e o irmão mais novo, Radu, foram arrancados de seu lar em Valáquia e abandonados pelo pai – o famigerado Vlad Dracul – para crescer na corte otomana. Desde então, Lada aprendeu que a chave para a sobrevivência é não seguir as regras. E, com uma espada invisível ameaçando os irmãos a cada passo, eles são obrigados a agir como peças de um jogo: a mesma linhagem que os torna nobres também os torna alvo. Lada despreza os otomanos. Em silêncio, planeja o retorno a Valáquia para reclamar aquilo que é seu. Radu, por outro lado, quer apenas se sentir seguro, seja onde for. E quando eles conhecem Mehmed, o audacioso e solitário filho do sultão, Radu acredita ter encontrado uma amizade verdadeira – e Lada vislumbra alguém que, por fim, parece merecedor de sua devoção. Mas Mehmed é herdeiro do mesmo império contra o qual Lada jurou vingança – e que Radu tomou como lar. Juntos, Lada, Radu e Mehmed formam um tóxico e inebriante triângulo que tensiona ao limite os laços do amor e da lealdade.